- Diretor pedagógico compartilha dicas de atividades que podem ser apresentadas para os alunos. – (Foto: Banco de Imagem)
De acordo com levantamento divulgado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), em novembro de 2024, 41,51% da população estava com dívidas em atraso, o que equivale a cerca de 68 milhões de consumidores negativados. O número, que representa um aumento de 1,48% em relação ao mesmo período de 2023, traz à tona a inadimplência como um desafio significativo para muitos brasileiros.
No entanto, segundo Wagner Venceslau Dias, diretor pedagógico do Colégio Anglo Leonardo da Vinci, mesmo diante de um cenário preocupante, é possível reverter tal realidade, principalmente, por meio da educação: “Para que isso aconteça, é preciso ter em mente a ideia de expandir iniciativas que incentivem a educação financeira nas escolas, sendo uma tentativa de preparar os jovens para um futuro com mais consciência e melhor administrado financeiramente, o que já vem dando grandes passos com o Projeto de Lei que institui a disciplina como obrigatória”.
O Projeto de Lei 2747/24, que torna obrigatória a educação financeira como disciplina no currículo da educação básica das escolas públicas e particulares do país, está em análise na Câmara dos Deputados. Além disso, conforme a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação financeira desde a infância é fundamental para criar hábitos responsáveis que impactem a vida adulta.
“O aprendizado sobre planejamento financeiro, poupança, orçamento e até mesmo investimentos proporciona às crianças e adolescentes ferramentas para tomar decisões mais seguras e inteligentes ao longo da vida. Incluir isso no currículo escolar pode fazer a diferença ao ampliar o conhecimento dos estudantes sobre o tema e transformar a relação que eles e suas famílias têm com o dinheiro”, ressalta Wagner.
Mas como trabalhar o assunto dentro da sala de aula?
O diretor pedagógico orienta que o tema deve ser abordado de acordo com a faixa etária dos alunos. Começando pela Educação Infantil (4 a 6 anos), os professores podem introduzir conceitos básicos como valor do dinheiro e a importância da economia, seja com lojas simuladas, histórias ou cofrinhos compartilhados.
“Já para a turma do Fundamental I (7 a 10 anos) e Fundamental II (11 a 14 anos), o objetivo deve ser voltado para trabalhar conceitos de poupança, orçamento e explorar planejamento de médio prazo, juros e responsabilidade financeira. Neste caso, jogos de mesada, gráfico de prioridades, planejamento de viagens e feiras de troca, onde os alunos possam trocar objetos e estimular o consumo consciente e o valor, entra muito bem para a aprendizagem”, destaca Dias.
No Ensino Médio (15 a 18 anos), inicia-se a preparação dos jovens para a vida adulta, onde pode ser tratado sobre investimentos, crédito e mercado financeiro. Para isso, introdução à bolsa de valores, palestras, oficinas e projeto de empreendedorismo entre as atividades da aula são excelentes estratégias para falar sobre o tema, conforme o diretor.
“São atividades que podem ser ajustadas para diferentes contextos e complementadas com ferramentas tecnológicas, como aplicativos. O mais importante é não se esquecer como isso afeta a vida dos jovens e da futura geração, empoderando-a a construir um relacionamento saudável com o dinheiro, e a escola, sem dúvidas, é um caminho fundamental para que isso aconteça”, finaliza Wagner.