- Data reforça a importância da integração social e do acesso a terapias especializadas. – (Foto/Ilustrativa: Freepik/pvproductions)
No dia 21 de março, é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma data que promove a conscientização na sociedade sobre a inclusão e os direitos das pessoas com essa condição genética. Causada pela trissomia do cromossomo 21, a Síndrome de Down está associada a algumas características específicas de desenvolvimento, mas não define as capacidades ou os potenciais de quem a possui. Com acesso a estímulos adequados, educação inclusiva e suporte social, pessoas com a condição podem viver de forma autônoma, participando ativamente da sociedade.
Segundo Marcela Lopes de Almeida, médica neuropediatra e docente no IDOMED (Instituto de Educação Médica), a abordagem médica tem evoluído para um olhar mais amplo e integrativo, considerando não apenas a saúde física, mas também o desenvolvimento social e emocional.
“Os avanços no acompanhamento de pessoas com Síndrome de Down mostram que, quando há acesso a estímulos precoces, terapias multidisciplinares e inclusão escolar desde a infância, conseguimos ampliar as possibilidades de desenvolvimento e independência”, explica Dra. Marcela.
A médica ressalta que a medicina tem papel fundamental na orientação de familiares e na adaptação de cada fase da vida, garantindo qualidade de vida e bem-estar para a pessoa com Síndrome de Down.
“A informação e o suporte adequado fazem toda a diferença para que essas pessoas possam explorar ao máximo suas potencialidades e viver com autonomia”, completa
Nos últimos anos, a participação de pessoas com Síndrome de Down em diversas áreas tem crescido significativamente. Empresas, universidades e instituições de ensino vêm adotando políticas mais inclusivas, ampliando o espaço para que talentos e habilidades sejam reconhecidos sem barreiras. Esse avanço reflete uma mudança cultural, em que a diversidade não é apenas aceita, mas incentivada como um valor fundamental para o progresso social.
Autonomia e autoestima como pilares da inclusão
A inclusão efetiva começa com informação e aceitação, fatores essenciais para o desenvolvimento emocional e social. Fabrício Otoboni, psicólogo e docente de Psicologia no UniToledo Wyden, destaca que a construção da autoestima e da confiança está diretamente ligada ao reconhecimento do potencial individual e à criação de oportunidades reais de participação.
“A verdadeira inclusão não é apenas abrir portas, mas garantir que essas portas levem a espaços de pertencimento e reconhecimento. Precisamos construir uma sociedade que valorize a individualidade e ofereça meios para que cada pessoa desenvolva seu potencial ao máximo”, ressalta Otoboni.
A desconstrução de estereótipos sobre a Síndrome de Down é um passo essencial para promover a equidade. “Não se trata de ‘superar’ a condição, mas de criar estruturas que permitam que essas pessoas vivam de forma plena, com autonomia, dignidade e participação ativa na sociedade”, acrescenta o psicólogo.