- Atenção ao ritmo da criança e à proposta pedagógica são fundamentais na hora de escolher uma nova instituição de ensino. – (Foto: Divulgação)
O mês de julho é uma das oportunidades de mudança de escola e esse momento costuma ser repleto de expectativas, dúvidas, medos e inseguranças, tanto por parte dos pais quanto dos filhos. Embora a decisão seja necessária por diferentes fatores, como uma mudança de cidade ou por um processo de adaptação à metodologia de ensino da instituição, ela também pode ser feita de maneira leve e priorizando o bem-estar infantil.
Na hora de escolher uma nova escola, os pais devem observar a proposta pedagógica, o ambiente físico, a relação entre professores e alunos, e a forma como o colégio se comunica com as famílias. Além disso, os ambientes e salas devem garantir a segurança, principalmente de crianças pequenas, promovendo o estímulo criativo e um ritmo adequado ao estágio de desenvolvimento de cada aluno.
“A criança precisa de previsibilidade, conexão e tempo. Mudar de escola é uma vivência intensa, e é fundamental que ela seja acompanhada com escuta e acolhimento dentro de casa”, explica Fernanda Martins Fontes, professora da educação infantil e diretora da Escola Waldorf Rudolf Steiner.
Visitas prévias à nova escola, conversas francas sobre a mudança, aliada a construção de uma rotina que acompanhe a evolução escolar da criança são importantes para que o processo seja mais leve para os pequenos. Veja os passos fundamentais para esse período.
- Converse com a criança sobre a mudança
Explique os motivos da troca de escola de forma simples e positiva. Dê espaço para a criança expressar sentimentos e dúvidas. Seja escuta ativa e segurança para o estudante. - Visite diferentes opções de escolas
Observe o ambiente, os professores e os espaços físicos. Converse com os profissionais. - Mantenha uma rotina estável em casa e ofereça acolhimento
A regularidade das refeições, sono e horários contribui para a sensação de segurança emocional durante o período de transição. Desenhar juntos sobre o dia na escola, contar histórias antes de dormir ou preparar o lanche juntos pode fortalecer os vínculos e oferecer suporte emocional. - Respeite o tempo de adaptação e tenha paciência com possíveis regressões
Cada criança tem o seu ritmo. Algumas se integram rapidamente e outras precisam de semanas para se sentirem confortáveis. Mudanças podem gerar comportamentos como choro, insegurança ou dificuldade para dormir. Isso é comum e tende a passar com apoio. - Estimule o vínculo com o professor e participe da vida escolar
Na pedagogia Waldorf, a relação com o educador é central. Facilitar essa conexão ajuda a criança a se sentir segura e acolhida. Além disso, os pais devem comparecer a reuniões, festas e atividades. A presença dos responsáveis na escola transmite segurança à criança.
Fernanda explica que o início em um novo colégio pode ser um momento de angústia, mas também pode representar uma oportunidade valiosa de crescimento, amadurecimento e fortalecimento dos vínculos familiares. “Na pedagogia Waldorf, por exemplo, damos atenção ao ser humano como um todo e priorizamos o bem-estar emocional e as relações. Cada indivíduo é único e deve ser desenvolvido integralmente, por isso, momentos de mudança e adaptação são importantes para o aprendizado e para a maneira como o futuro adulto lidará com situações desafiadoras ao longo da vida”, finaliza.
Sobre a Escola Waldorf Rudolf Steiner
A Escola Waldorf Rudolf Steiner, fundada em 1956, localizada em São Paulo, é a primeira instituição do Brasil a adotar a pedagogia Waldorf. A escola atua desde a educação infantil até o ensino médio e já formou mais de 4 mil alunos. A proposta da grade estudantil é acompanhar as transformações físicas, emocionais e cognitivas dos alunos, sempre com o olhar para o desenvolvimento integral de cada indivíduo. Inspirada nos princípios desenvolvidos por Rudolf Steiner, filósofo austríaco e criador da Antroposofia, a escola propõe uma abordagem educacional que respeita os ritmos e etapas do desenvolvimento humano. O método estimula o aprendizado ativo, o vínculo com a natureza, a ausência de tecnologias na infância, priorizando o brincar, a arte e o movimento para compreensão do mundo e das emoções – cujo objetivo é preparar adultos saudáveis e com senso ético.