Fim de ano: como evitar o aumento do estresse e cuidar da saúde mental

* Psiquiatra do CEJAM alerta para os impactos emocionais do período e orienta sobre como lidar com expectativas, luto e solidão. - (Imagem: Divulgação) 

As festas de fim de ano costumam ser associadas à alegria, à confraternização e à esperança de recomeços. No entanto, para muitas pessoas, esse período também pode despertar sentimentos de tristeza, solidão, frustração ou sobrecarga emocional. Segundo a ISMA-Brasil (International Stress Management Association-Brasil), o nível de estresse pode aumentar em até 75% nessa época, impulsionado por metas não atingidas, expectativas sociais e a pressão por encerrar o ano “com chave de ouro”. 

O psiquiatra Dr. Rodrigo Lancelotti, diretor do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental Franco da Rocha (CAISM), unidade gerenciada pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), explica que o fim de ano costuma reavivar lembranças e emoções profundas, muitas vezes contraditórias. 

“As celebrações remetem à infância, quando essas datas eram sinônimo de magia, união e carinho. Na vida adulta, esse resgate pode despertar sentimentos ambíguos: alegria pelas boas lembranças e tristeza pela ausência de pessoas queridas”, comenta. 

Por outro lado, o médico lembra que nem todos tiveram experiências positivas. “Para alguns, a infância foi marcada por conflitos familiares ou frustrações e isso pode transformar as festas em momentos de dor. Nesses casos, o importante é acolher os próprios sentimentos, sem se forçar a viver uma felicidade que não corresponde ao momento emocional”, orienta. 

Dr. Lancelotti também observa que a pressão social e a exposição nas redes intensificam o desgaste emocional. “O fim de ano é um período em que as pessoas se comparam mais em relação às conquistas, relacionamentos, viagens, celebrações etc. Essa comparação constante cria a ilusão de que todos estão felizes e realizados, o que aumenta a sensação de fracasso ou solidão. Estabelecer metas realistas e valorizar pequenas vitórias é essencial”, reforça. 

Segundo o especialista, o estresse crônico é outro ponto de atenção. “Durante situações de tensão, o corpo libera cortisol, hormônio responsável por ajudar a reagir ao estresse. Mas, quando os níveis permanecem altos por muito tempo, podem afetar o funcionamento do cérebro e aumentar o risco de ansiedade e depressão. Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da física”, enfatiza.  

Para o psiquiatra, o fim de ano também pode ser um momento de reflexão e renovação interna. “A verdadeira celebração começa de dentro para fora. Há quem precise de silêncio e introspecção para se reorganizar emocionalmente e isso é legítimo. Respeitar o próprio tempo e exercitar a empatia é fundamental, porque muitos à nossa volta podem estar enfrentando sentimentos semelhantes”, destaca. 

Ele acrescenta que a ocasião pode ser uma boa oportunidade para fortalecer laços, esclarecer conflitos e praticar a sinceridade emocional. “Conversar, escutar e demonstrar afeto de forma genuína são maneiras de reconectar-se com o que realmente importa. A saúde mental se fortalece quando há equilíbrio entre olhar para si e se abrir para o outro”, afirma. 

Cinco dicas para cuidar da mente nas festas de fim de ano: 

- Respeite seus sentimentos: tristeza, saudade e cansaço são naturais. 

- Evite comparações: cada pessoa tem uma trajetória e um ritmo diferentes. 

- Estabeleça metas possíveis: pequenas mudanças podem representar grandes avanços. 

- Valorize conexões genuínas: priorize relações e momentos que tragam leveza e acolhimento. 

- Busque apoio: se sentir necessidade, procure ajuda profissional. 

“O encerramento do ano não precisa ser uma maratona de celebrações nem um período de cobranças. Ele pode e deve ser um convite à pausa, à escuta interna e à criação de novos caminhos com mais leveza e autocompaixão”, conclui o médico. 

Sobre o CEJAM???? 

O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Barueri, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Ribeirão Preto, Lins, Assis, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos. A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde. O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), tendo conquistado, em 2025, a certificação Great Place to Work. O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.?No ano de 2025, a organização lança a campanha "365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade", reforçando seu compromisso com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).?Siga o CEJAM nas redes sociais (@cejamoficial) e acompanhe os conteúdos divulgados no?site da instituição.? 

 

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