- Cirlene de Pádua é poeta e escritora, ocupa a cadeira nº 31 da Academia Francana de Letras. – (Foto: Lissandra Ribeiro/Dona Foto)
Sarau lítero-musical será no espaço NoLeGart – Galeria de Artes, no Centro de Franca, sábado (31/05), às 16h, com música e contação de história; a entrada e o livro são gratuitos
A obra, que também foi impressa em braille, retrata a vivência de uma jovem portadora da síndrome que, com o apoio de familiares e amigos, consegue superar suas dificuldades e desafios
Inspirada por crianças e jovens de uma clínica de fisioterapia, onde seu marido recebia tratamento para sequelas de AVC, a poeta e escritora francana Cirlene de Pádua, membro da AFL (Academia Francana de Letras), escreveu o livro infantojuvenil “O Diário de Ceci”, que aborda a temática da Síndrome de Down. O evento de lançamento será neste sábado (31/05), às 16h, no espaço NoLeGart – Galeria de Artes, em Franca, com um sarau lítero-musical. A entrada é gratuita, os participantes vão receber um exemplar da obra autografada e haverá apresentação musical de um coral e contação de história.
“O Diário de Ceci”, lançado pela Ribeirão Gráfica e Editora, retrata a vivência de uma jovem que consegue superar suas dificuldades e desafios com o apoio de familiares e amigos, e objetiva a conscientização e inclusão de pessoas portadoras de Síndrome de Down, combatendo preconceitos e estereótipos, promovendo a aceitação social.
“O livro é leitura recomendável a leitores de todas as idades. Nele, a autora aborda, com delicadeza e informação, o tema da condição genética da personagem. Indica também como evitar estereótipos, demonstrando que Cecília é uma pessoa como qualquer outra: estuda, namora, passeia e se diverte”, diz no prefácio José Donizeti Vaz Ferreira, o Dôni Ferreira, escritor e membro efetivo da AFL.
Cirlene de Pádua começou a se desenvolver na escrita ainda criança, escrevendo diários, o que a levou a valorizar a literatura como ferramenta de expressão e inclusão. Essa experiência pessoal e sua visão sobre o poder da escrita se refletem na estrutura de “O Diário de Ceci”, que é apresentado como um diário, acompanhado de ilustrações da artista visual Júlia Abdalla.
“A escrita do livro me remete à adolescência. Sempre fui meio arredia, melancólica. Às vezes me fechava no quarto e ficava quieta, pensando em nada. Li o livro ‘O Diário de Ana Maria’ (Michel Quoist) e me identifiquei com a personagem. Comecei a escrever, de maneira poética, o que me incomodava ou o que me deixava feliz. Foi assim que me descobri escritora”, revela Cirlene.
A escritora vê na literatura a possibilidade de mudança de comportamento, tanto de quem escreve quanto de quem lê. “Dentro de cada ser humano há um talento adormecido, e é durante o período escolar que se revelam as aptidões. Além disso, a importância social da literatura é muito maior do que apenas entretenimento, ela pode trazer catarse, nos ajudar a entender a realidade e, também, melhorar nossa cognição afetiva, na habilidade humana para experimentar sentimentos e emoções”, diz Cirlene.
A inclusão também já foi tema de sua literatura em 2023, quando Cirlene lançou o livro “Pingos de ProEsia EntreTelas”, um projeto que une poesia à pintura a óleo, contemplado pelo Bolsa Cultura (FEAC-Franca) e que apresenta pinturas de seu marido, Valdir Ribeiro de Morais, hemiplégico há mais de 30 anos.
“Além de abordar a importância da inclusão, a temática da Síndrome de Down é de extrema relevância para a sociedade, uma vez que é fundamental compreender que essa condição não é uma doença, mas uma ocorrência genética. A literatura, enquanto arte de se emocionar através das palavras, desempenha um papel importante nesse processo, pois leva à reflexão, transforma, informa e humaniza”, diz Cirlene de Pádua.
Oficinas literárias inclusivas
O lançamento do livro “O Diário de Ceci”, de Cirlene de Pádua, contempla a realização de três oficinas literárias inclusivas, planejadas para promover a participação de diversos públicos e assegurar a acessibilidade: no Centro Social Jardim Paineiras, na EE Prof. Lina Picchioni Rocha e na Apae Franca, abrangendo crianças, adolescentes e adultos com ou sem diagnóstico de deficiência intelectual.
Com produção executiva e coordenação de Claryssa Pádua, filha da escritora, o projeto foi contemplado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), através da Prefeitura Municipal de Franca. Foram produzidos 300 exemplares, além de 15 unidades em braille, garantindo acessibilidade para pessoas com deficiência visual.
Os livros também serão distribuídos nas escolas do Ensino Fundamental I e II, creches e bibliotecas públicas de Franca. Os professores poderão usar a obra, voltada para a faixa etária de 6 a 14 anos, como ferramenta pedagógica para fomentar a inclusão e o respeito às diferenças no ambiente escolar.
Serviço:
Lançamento do livro infantojuvenil “O Diário de Ceci”, de Cirlene de Pádua
Data: sábado (31/05)
Horário: 16h
Local: Espaço NoLeGart – Galeria de Artes – Rua Líbero Badaró, 1624 – Centro – Franca/SP
Entrada: gratuita
Atrações: Apresentação musical: Coral Infantil do Colégio Pessoa, sob a regência de Hosana Janaína de Oliveira / Contação de história: escritora Maria Silvia Rodrigues Alves
Indicação: livre
Redes: @cirlenedepadua (https://www.instagram.com/cirlenedepadua/)
Capa do livro. Foto: Divulgação
FICHA TÉCNICA
“O Diário de Ceci”, de Cirlene de Pádua
Ilustrações: Júlia Pugliesi Abdalla
Revisão: Dôni Ferreira
Diagramação: Fernanda Oliveira Ribeiro Andrade
Produção Executiva e Coordenação: Claryssa Pádua
Impressão: Ribeirão Gráfica Editora
SINOPSE
“O Diário de Ceci” é um livro infantojuvenil que trabalha o tema da inclusão. Uma família numerosa e pobre sai, com a cara e a coragem, de uma cidadezinha do interior de Minas Gerais para Goiânia em busca de melhores condições de vida. Os filhos crescem e começam a trabalhar e estudar. Só uma, Maria Cecília, tinha síndrome de Down. Ela é alfabetizada em escola especial e incentivada pela irmã Alice. Maria Cecília gostava de frequentar a biblioteca e adquiriu o hábito de leitura. Ela conheceu um professor de dança com a mesma condição genética. Com a ajuda dele, torna-se dançarina, demonstrando que, apesar das dificuldades, qualquer pessoa pode conseguir trabalho, vencer através da arte e se integrar socialmente. Os dois jovens se enamoram. No início, o pai da moça discrimina o jovem por ser envolvido com a dança, mas depois aceita o relacionamento.
Quem é Cirlene de Pádua
Cirlene de Pádua ocupa a cadeira nº 31 da Academia Francana de Letras, cujo patrono é Mário Quintana. Nascida em Pratápolis (MG) e radicada em Franca (SP) há mais de 30 anos. Graduada em Letras, é professora aposentada, revisora e membro da Academia Feminina Sul-mineira de Letras (AFESMIL). Escreveu “Aquarela”, 1998 (poemas); “Canteiros”, 2002; “Flor de Fogo”, 2008; “Um dedo de prosa”, 2008; “De amores e amoras”, 2016 (poemas); “Aninha, a menina dos pensamentos que fazem cócegas”, 2013 (infantil); “Dona Concebida, uma vida cheia de histórias, uma história cheia de vida”, 2016 (biografia); “Para Sempre”, 2018 (infantil); “Tudo pela Natureza”, biografia de José Moreno, 2019; “Dona moça toda prosa”, 2020 (crônicas e contos); e “Pingos de ProEsia EntreTelas” (2023). Participou das antologias “Memórias da Academia Francana de Letras”, 2017; “Poétalas I”, 2021; e “Poétalas II”, 2022; “Contando quanto uma árvore conta”, 2022; “Ponto e Vírgula, Ribeirão Preto”, 2022; das coletâneas “Prosaversando – 25 anos da AFL”, 2021 e “Poétalas”, 2021; entre outros. Editou o livro coletivo “Poetar e prosear? É só começar!”, 2022. Instagram: @cirlenedepadua (https://www.instagram.com/cirlenedepadua/)