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Francal: calçadistas enfrentam a crise e projetam segundo semestre melhor

Francal 2015

Encerrada no último dia 9, Francal 2015 deu a largada para o maior período de vendas do setor, a primavera-verão

 
“Enfrentamos a crise e criamos as condições para vencê-la”. É desta forma que o presidente Abdala Jamil Abdala define o papel da Francal 2015, realizada de 6 a 9 de julho, após um primeiro semestre marcado pela retração das vendas de calçados nos mercados interno e externo.

A feira foi o palco para lançamento oficial da moda primavera-verão em calçados e acessórios de cerca de 800 empresas, que representam mais de 2.000 marcas. A estação é responsável por 60% da produção nacional do setor e por até 9 meses de vendas no varejo.

Para Abdala, o evento cumpriu seu objetivo, mesmo levando em conta o atual cenário de instabilidade econômica: “Os lojistas vieram e compraram para abastecerem suas vitrines para a próxima temporada e, com isso, manifestaram a confiança de que o segundo semestre vai representar uma retomada dos negócios”.

A Francal 2015 foi visitada por 43.100 profissionais, sendo 15.868 lojistas de todos os Estados brasileiros.

Varejo

Imad Esper, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Calçados e Artefatos (Ablac), concorda com Abdala. Na avaliação do dirigente, o volume de pedidos aos fornecedores foi equivalente à programação de venda para os meses seguintes e envolveu diferentes linhas de produtos, das tradicionais rasteiras aos esportivos de última geração. “Teremos, sem dúvida, uma recuperação do varejo no segundo semestre”.

O otimismo é compartilhado por Heitor Klein, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). “É digno de registro o resultado das negociações realizadas para o varejo brasileiro, especialmente de marcas caracterizadas pelo forte investimento em moda, conforto e valor agregado”. Para Klein, apesar do receio quanto ao futuro econômico do País, os lojistas compraram em volumes além das expectativas conservadoras dos fabricantes, dado o momento econômico.

Um dos muitos exemplos que ilustram esta constatação é o desempenho dos 34 pequenos e médios calçadistas que apresentaram suas coleções no estande coletivo do Rio Grande do Sul, patrocinado pelo Governo do Estado, Sebrae-RS e ACI-NH/CB/ES. Nos quatro dias da feira, foram comercializados mais de 246 mil pares e peças, que resultaram num faturamento superior a R$ 9,6 milhões. O valor é 27% maior do que o alcançado na edição do ano passado.

Mercado externo

Na avaliação de Heitor Klein, a Francal 2015 confirmou a tendência de recuperação nas vendas também para o mercado externo, embaladas pela alta do dólar e pela recuperação de alguns dos principais mercados para o setor calçadista nacional, entre eles os Estados Unidos. Nesta edição, 1.205 importadores de 64 países vieram à feira para fazer negócios com os fabricantes brasileiros, muitos deles atraídos por uma série de ações promovidas pela Francal, como pagamento de estadia e massiva comunicação no mercado externo. “Nossa estratégia se mostrou acertada e trouxe bom resultado, com negócios realizados com expositores de todos os portes”, reforça Abdala.

A gigante Vulcabrás Azaleia, por exemplo, é uma das empresas expositoras com motivos para comemorar. Segundo o Jornal NH, suas 40 linhas para a temporada primavera-verão fizeram sucesso especialmente com representantes do mercado externo, que fecharam negócios durante a feira. A empresa destaca a presença em seu estande de compradores da Colômbia, Bolívia e México.

Feitas as contas, a Francal 2015 atendeu a expectativa de representar a retomada dos negócios para o segundo semestre. Para Abdala, o legado da edição recém-encerrada é que o trabalho e a confiança do setor foram fundamentais para superar este momento de instabilidade.

 

 

Fonte: Primeira Página