- Cerimônia em homenagem à Leci Brandão reuniu a ministra da Cultura Margareth Menezes, Seu Jorge, Mano Brown e uma constelação de artistas em uma noite emocionante e inspiradora. “Uma noite memorável”, ilustrou o retiro da Universidade Zumbi dos Palmares, Dr. José Vicente. – (Fotos: Divulgação)
O Troféu Raça Negra – maior premiação da comunidade negra da América Latina – realizou na última terça-feira (18) em São Paulo, uma edição histórica de 25 anos. Realizada pela Universidade Zumbi dos Palmares e Afrobras, a cerimônia de bodas de prata emocionou e inspirou o público que lotou o Espaço Unimed para celebrar a vida e a obra da grande homenageada desta edição: a cantora, ativista, sambista, compositora e deputada estadual Leci Brandão, uma das grandes vozes do Brasil.
A cerimônia reuniu autoridades, lideranças empresariais, personalidades, artistas e convidados para celebrar a vida, a representatividade e as trajetórias notáveis. “É uma noite muito especial para agradecermos à nossa rainha Leci Brandão. Essa noite começou há 25 anos e hoje se manifesta como compromisso vivo da potência e da possibilidade de construir caminhos quando nós nos unimos. Cumprimento as autoridades e personalidades na figura da queridíssima Ministra da Cultura, Margareth Menezes, e aos parceiros, aliados, patrocinadores e a todos que se juntam nesta noite memorável de justa celebração”, ressaltou o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, Dr. José Vicente.
A Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, que já foi premiada com a honraria, apontou a importância dos 25 anos do Troféu Raça Negra para a construção de uma grande nação. “É sempre muito especial ver a premiação crescendo mais a cada ano. É uma grande conquista para todos nós. A nossa história é de luta, mas também é de muitas vitórias para serem comemoradas É uma grande honra estar aqui celebrando a Leci Brandão, que é um exemplo para a minha geração”.
“O Troféu Raça Negra é uma noite de encontros de pessoas e de histórias que merecem ter o refletor e o reconhecimento nas suas caminhadas. Eu me sinto muito honrada de ser uma mulher negra, de ser uma mulher baiana, de cantar as coisas que eu canto e estar nesse momento fazendo parte do governo do presidente Lula, porque temos a oportunidade de trabalhar por esse povo. Viva o Troféu Raça Negra! Viva Leci Brandão! É um aprendizado constante viver no mesmo tempo em que você, Leci, e pode estar aqui para te abraçar e ver de perto o reconhecimento crescente do papel da mulher negra na construção da equidade de direitos. A mulher negra é e sempre foi o pilar, o fundamento”, celebrou a ministra da Cultura.
Durante a cerimônia foi apresentado o Projeto de Lei 01-01380/2025. De autoria da vereadora Luana Alves (PSOL), ele inclui o Prêmio Troféu Raça Negra no Calendário de Eventos do Município de São Paulo. “A sua presença no calendário oficial da cidade é fazer justiça histórica ao nosso povo. A política, às vezes, é um campo que o povo negro não se identifica, vê com desconfiança ou como espaço que não é nosso. Isso está mudando. A nossa luta contra o racismo é mais do que o dever com nossos ancestrais, é o dever com quem está vindo”, explicou a parlamentar.
Sob os olhos atentos de Leci, acomodada em um majestoso trono de frente para o palco, e de uma plateia que cantou junto, o Troféu Raça Negra de 25 anos levou ao palco do Espaço Unimed uma constelação de grandes vozes da música brasileira. A programação musical foi iniciada com o coral da Universidade Zumbi dos Palmares, seguido pelos tambores do Bloco Afro Ilú Obá De Min. Shows de Drik Barbosa, Rappin Hood, Dodô, Adriana Moreira, Keilla Regina, Márcio Art, Pinha Presidente, Luedji Luna e Racionais MCs celebraram e mostraram a múltipla influência de Leci Brandão em diferentes estilos e gerações de artistas brasileiros.
A noite de grandes apresentações ainda reservou uma interpretação emocionante de um dos maiores sucessos da carreira de Leci Brandão, a música Zé do Caroço, que foi interpretada pelo cantor e compositor Seu Jorge. “É uma música que tem muito a nos dizer”, disse o artista. Em uma noite de tantas emoções, o ponto mais alto ainda estava por chegar, quando a homenageada foi coroada com a estatueta dourada do Troféu Raça Negra de 25 anos.
Leci Brandão, a grande estrela da noite, foi ovacionada ao subir ao palco do Troféu Raça Negra. Com voz serena e olhos marejados, ela fez um discurso iluminado. “É uma honra estar aqui na condição de homenageada diante de tantas pessoas que admiro, diante de tantas pessoas como eu, negros e negras, repletos de beleza, inteligência, competência e, sobretudo, alegria. Essa visão revigora, nos dá força, inspiração e esperança. O Troféu Raça Negra é um importante reconhecimento cultural que valoriza personalidades e instituições que se destacam na promoção da cultura negra brasileira”, iniciou o seu discurso Leci Brandão.
A homenageada pontuou que a premiação é um instrumento poderoso de combate ao racismo. “Ele fortalece a representatividade negra, preserva legados, seja nas áreas de música, arte, esporte, ativismo social, economia e política. É algo que inspira novas gerações, justamente porque celebra as conquistas do nosso povo. São iniciativas como esta que constroem pontes entre o nosso passado, presente e futuro. A democracia popular e antirracista é o futuro. Assim como a democracia, a nossa ancestralidade também é inegociável. Conhecer profundamente o nosso passado, aprender com quem veio antes de nós para seguirmos adiante, deve ser sempre a nossa estratégia”, ensinou Leci Brandão, que coroou a noite especial cantando Zé do Caroço.
O Troféu Raça Negra foi criado em 2.000 como marco de resistência, valorização, empoderamento e celebração de personalidades negras que fundamentam a construção de uma sociedade mais justa e plural. A icônica estatueta foi entregue a 20 personalidades do Brasil. Ao todo foram entregues 19 estatuetas na cor prata, concebidas especialmente para esta edição de Bodas de Prata do evento. Leci Brandão, a grande homenageada, recebeu a estatura na cor dourada.
Além de Leci Brandão, os 19 profissionais agraciados com a honraria foram: a secretária Municipal de Direito Humanos da cidade de São Paulo, Regina Célia Silveira; presidente da UESP – União das Escolas de Samba Paulistanas, Alexandre Magno – Nené; Diretor de Bateria da escola de samba Vai-Vai, Antonio Carlos Tadeu – Mestre Tadeu; Comandante da Guarda Civil Metropolitana/SP, Jairo Chabaribery Filho; presidente da Rádio e Televisão Cultura/SP, Maria Angela De Jesus; professora e assessora especial do Ministério do Empreendedorismo, Meire Barbosa; Secretária Nacional de Educação, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, Zara Figueiredo; professor e jurista Adilson José Moreira; desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Luis Guilherme Costa Wagner; desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo, Derly Barreto e Silva Filho; diretor Artístico do Balé Folclórico da Bahia, José Carlos Arandiba /Zebrinha; deputada Federal, Talíria Petrone; cantor Douglas Fernando Monteiro, O Dodô Do Grupo Pixote; diretora de Marketing da Rede Globo de Televisão, Samantha Almeida; vice-presidente da empresa Ifood, Luana Ozemela; presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; presidente da empresa Ifood, Diego Barreto; presidente da empresa Volkswagen, Ciro Possobom; e ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes.



















