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Blue3 compra multifamily office e chega a R$ 25 bi

  • João Ortiz, Wagner Vieira (sócio-fundador e CEO da Blue3 Investimentos), Daniel Hannun e Ricardo Doria. – (Foto: Divulgação). – (Foto: Divulgação)

por Pedro Arbex (http://www.braziljournal.com)

Segundo publicado no site Brazil Journal, a Blue3 — um dos três maiores escritórios de agentes autônomos da XP, com R$ 22 bilhões sob custódia — acaba de comprar a Troon, um multifamily office que atende diversos jogadores de futebol.

A transação vai permitir à Blue3 acessar um perfil de cliente que ela ainda não tinha e diversificar sua receita para um modelo mais recorrente, já que a Troon cobra um percentual fixo sobre o valor investido – em vez de se remunerar com rebates.

Hoje, a Blue3 atende mais de 37 mil clientes, com tíquete médio de R$ 650 mil.

Já a Troon atende apenas 69 famílias, que juntas somam perto de R$ 3 bilhões sob custódia — um tíquete médio de R$ 40 milhões por família.

Fundada há seis anos, a Troon começou atendendo famílias que queriam abrir uma offshore mas não tinham recursos suficientes para atrair a atenção do private dos grandes bancos. Com o tempo, no entanto, ela foi se especializando num outro nicho: os jogadores de futebol.

Hoje, 19 dos 69 clientes da empresa são atletas, a maior parte vindos pela indicação de um empresário do setor, que a Troon mantém no anonimato.

A transação foi paga parte em dinheiro, parte em ações, com os fundadores de Troon — João Ortiz e Daniel Hannun — entrando para o partnership da Blue3.

Apesar de não revelar o valor da aquisição, João disse que a proposta da Blue3 não era a melhor em termos de valuation.

Mas teve uma liga muito legal com as pessoas. Vimos que eram pessoas que vamos gostar de estar próximos,” disse ele. “Além disso, a capilaridade que vamos ter com eles a gente não conseguiria ter nunca, não importa o esforço comercial que fizéssemos.”

Com a transação, a Blue3 pretende oferecer o serviço da Troon – cujo tíquete mínimo é R$ 20 milhões – a alguns de seus clientes atuais. Segundo Wagner, muitos clientes têm R$ 2-3 milhões com o escritório, mas têm mais liquidez em outros bancos.

A maioria deles está no private dos bancos ou no ultra high. Mas tem alguns que até estão na alta renda ainda porque gostam do gerente,” disse Wagner Vieira, o fundador da Blue3. “É um cara que tem R$ 20 milhões, R$ 30 milhões ali, porque tem fazenda, mas que não quer ir para o private falar com o cara de São Paulo. Ele quer falar com o gerente local que ele conhece, com quem ele toma café. É um cliente que gosta desse olho no olho.”

Segundo Wagner, a Blue3 espera atrair mais recursos de pelo menos 1.500 clientes com o produto da Troon, além de buscar novos clientes fora da empresa.

A Blue3 tem 255 assessores espalhados por 15 cidades.

O nosso assessor de Franca, Uberlândia, Ribeirão do Rio Preto sabe quem tem dinheiro lá. Mas ele não conseguia trazer esse pessoal para dentro porque a gente não tinha o produto certo,” disse Wagner.

A transação vem num momento em que a Blue3 está na reta final para se transformar numa DTVM.

A empresa — que vendeu 49,9% do negócio para a XP há dois anos — espera receber nos próximos meses a autorização da CVM para operar como corretora, o que vai permitir que ela tenha novas fontes de receita.

Fonte/Crédito: http://www.braziljournal.com