- Silvia Fonseca, infectologista e docente do IDOMED. – (Foto: Divulgação)
Ministério da Saúde destaca aumento expressivo de casos e especialista reforça a importância da imunização
Em 2024, o Brasil enfrentou um aumento expressivo nos casos de coqueluche, atingindo o maior patamar em quase uma década. Segundo o Ministério da Saúde, foram confirmados 5.998 casos da doença, enquanto em 2023 houve registro de apenas 214 notificações. O avanço alarmante reacendeu discussões sobre a importância de manter a vacinação em dia.
A coqueluche, popularmente conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. A doença, que pode atingir qualquer faixa etária, apresenta maior gravidade em crianças pequenas, especialmente em bebês que ainda não receberam todas as doses da vacina.
Para a médica infectologista Sílvia Fonseca, docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica), o aumento nos casos reforça a urgência da imunização. “A coqueluche é uma doença prevenível por vacina. Porém, sua gravidade, especialmente para os mais novos, exige que pais e responsáveis estejam atentos ao calendário vacinal. Vacinar é proteger vidas”, alerta a docente.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina pentavalente, aplicada em três doses no primeiro ano de vida, com reforços subsequentes aos 15 meses e aos quatro anos. Já para as gestantes, é indicada a vacina dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, sendo aplicada a partir da 20ª semana de gravidez. Essa vacinação garante uma proteção adicional ao bebê nos primeiros meses de vida, antes de ele receber as doses iniciais do esquema vacinal infantil.
Os sintomas da coqueluche incluem tosse intensa, vômito após tossir, cansaço extremo e dificuldades respiratórias. Em bebês, a tosse pode ser menos evidente, mas eles podem apresentar apneia (pausas na respiração). As complicações da coqueluche podem ser graves e incluem pneumonia, convulsões, encefalopatia (doença ou dano ao cérebro) e até morte, especialmente em bebês não vacinados.
A prevenção da coqueluche é principalmente através da vacinação, mas medidas adicionais incluem evitar contato com pessoas infectadas, seguir boas práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente, e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar. A adesão à imunização é a principal forma de proteção coletiva e pode evitar novos surtos no país.