Em seu novo disco ‘Sombranágua: Septeto Autoral’, o compositor e violonista Daniel Murray compartilha seus sentimentos com naturalidade e revela sua conexão com a natureza, a família e os amigos. – (Foto: Divulgação)
Com produção musical de Paulo Bellinati, disco já está disponível nas plataformas digitais; lançamento terá concerto virtual no dia 19 de dezembro e três workshops on-line e gratuitos
Em seu 13º disco, “Sombranágua: Septeto Autoral”, o compositor e violonista Daniel Murray revela referências ecléticas filtradas pelas experiências íntimas e emocionais, sua conexão com a natureza, a família e os amigos. O resultado do trabalho, que tem produção musical de Paulo Bellinati e já está disponível nas plataformas digitais, traduz uma sonoridade caórdica, que explora diferentes linguagens da música instrumental brasileira e da erudita contemporânea.
“Há alguns anos senti que precisava escrever também para outros instrumentos. Acredito que esse sentimento faça parte de uma busca interna natural por crescimento, renovação e realização como músico e autor. Nesse repertório, o violão – misturado aos diferentes instrumentos dessa formação, é parte integrante do grupo e a minha voz como instrumentista e compositor”, reflete Daniel.
No projeto totalmente autoral, ele compartilha seus sentimentos com naturalidade. “A vida nos conecta o tempo todo. Ainda tive o privilégio de nascer numa família que respira arte e, sem dúvida, contribuiu para a minha carreira musical. Neste caminho me sinto extremamente grato por ser presenteado com amigos que se tornaram parte de uma grande família musical”, diz Daniel.
O violonista se refere à parceria, desde janeiro de 2017, com os renomados músicos intérpretes de “Sombranágua” que o acompanham no violão de 6 e 11 cordas: Luiz Amato (violino), Sarah Hornsby (flauta), Gustavo Barbosa-Lima (clarinete), Adriana Holtz (violoncelo), Pedro Gadelha (contrabaixo) e Caito Marcondes (percussão).
“Já havia tido a oportunidade de tocar com cada um deles, separadamente em outros trabalhos, e o amor pela música, admiração mútua e amizade já nos unia há algum tempo. O processo de criação foi simultâneo a ensaios e concertos, e pude contar com a contribuição genial dos intérpretes. O resultado da nossa primeira apresentação foi tão gratificante que resolvemos buscar maneiras para registrar esse repertório”, conta Daniel.
Já a parceria e amizade com o produtor musical Paulo Bellinati é de longa data. “Sombranágua” é o quinto CD de Daniel produzido por ele. “Acompanho a carreira do Daniel desde o início dos estudos de violão. Sua evolução como solista, arranjador e compositor vem surpreendendo a cada produção. Neste disco, ele atinge uma maturidade artística total: como violonista e também na criação das peças, dos arranjos e na brilhante execução e idealização de todo o projeto. ‘Sombranágua’ é um álbum completo, que revela a qualidade deste grande artista”, diz Bellinati.
“Sombranágua” conta também com uma participação especial. Henrique, de 15 anos, filho de Daniel, toca ukulele na faixa que dá nome ao disco. “O envolvimento do meu filho foi surpreendente. Tudo começou quando criei alguns compassos para que ele e minha mulher, que estavam começando a estudar o instrumento, tivessem algo novo para tocar. No final, gostei tanto que surgiu a ideia de continuar a peça para o álbum”, explica Daniel.
Neste processo de criação, o compositor foi inspirado pelas imagens do fotógrafo russo George Korunov, que ilustram a capa e o encarte do disco. “Suas lindas imagens experimentais me ajudaram a organizar as ideias. A peça tinha algo de ‘caminho de nuvem’, ‘névoa’, ‘água’, ‘sombra’ e surgiu o nome, que consegue dar luz para os movimentos ordenados e ao mesmo tempo caóticos inerentes à música e à vida”, diz Daniel.
Premiado pelo ProAC (Programa de Ação Cultural), com realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apoio do ITC (Instituto Totem Cultural) e produção da Totem Musicais, “Sombranágua” apresenta a sonoridade do grupo Septeto Autoral com muita brasilidade.
Segundo Paulo Bellinati, um álbum autoral diferente do anterior, que tinha como prioridade o violão solo. “Em ‘Sombranágua’ temos uma escrita musical consistente, que se insere no universo da grande música instrumental brasileira, seguindo o caminho traçado pelos mestres Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal. Um septeto poderia dar a impressão de um disco de música de câmara erudita, porém, temos aqui um resultado completamente original que visita, com extremo bom gosto e competência, estilos da MPB como o baião, maracatu, xaxado, choro, samba, valsa, entre outros”, afirma o produtor musical.
Com 15 faixas, o repertório de “Sombranágua” traz diferentes atmosferas. Em “Cauteloso”, de repente as sonoridades dos instrumentos se misturam em um grande improviso, antes de retornar ao tradicional estilo já conhecido, o choro. Miniaturas chamadas de “Brevidades”, cada uma com seu subtítulo, intercalam as faixas do disco, onde são apresentadas novas versões expandidas de “Canção e Dança”, “Ensimesmada” e “Choro para Olga” – já gravadas em versão para violão solo.
As peças “14 de fevereiro” e “20 de junho”, escritas para o aniversário dos pais do violonista, são inspiradas nessas diferentes histórias de vida que se entrelaçam através da dança, profissão de Gilda e Samuel. O álbum termina com a faixa solo “Ciranda Imaginária”, com Daniel ao violão de 11 cordas.
O disco foi gravado em fevereiro, após um intensivo de ensaios do Septeto junto ao produtor musical. Durante a pandemia, todo o trabalho de edição, mixagem e masterização foi feito à distância. “Enfrentamos dificuldades tecnológicas, mas também descobrimos novas possibilidades para se trabalhar”, conta Daniel, que acompanhou a finalização isolado com a família num sítio em Atibaia (SP).
Já o álbum físico fica pronto em janeiro e será destinado a projetos sociais, escolas de música, bibliotecas, acervos do Estado e shows. As partituras do projeto serão disponibilizadas gratuitamente no site ( http://www.danielmurray.com.br ).
Durante o isolamento, em meio à natureza, o violonista começou um novo ciclo de composições para violão solo chamado “Vista da Montanha”. Para 2021, também podemos esperar a gravação de composições inéditas do músico Marco Pereira dedicadas a Daniel.
Concerto virtual e workshops
“Sombranágua” será lançado no sábado (19/12), às 19h, com um concerto virtual transmitido ao vivo diretamente do Estúdio 185, em São Paulo, nas páginas do YouTube ( http://www.youtube.com/hugguitar ) e Facebook ( https://www.facebook.com/daniel.murray.56808 ).
No repertório, Daniel Murray tocará versões para violão solo de obras presentes no disco. O show terá participação do Septeto Autoral em três peças, por meio de vídeos inéditos, gravados à distância pelos músicos.
“Além de gravar com meu filho, aproveitamos os casais do Septeto Sarah e Pedro, Adriana e Luiz, para que gravassem juntos. Caito e Gustavo gravaram isoladamente. Passamos o Dia do Músico (22/11) gravando, sem nos encontrarmos, seguindo todos os protocolos de segurança e com intervalos para higienização”, diz Daniel.
Na semana do lançamento, o violonista promove três workshops gratuitos, que serão transmitidos ao vivo nas páginas do YouTube ( http://www.youtube.com/hugguitar ) e Facebook ( https://www.facebook.com/daniel.murray.56808 ): segunda-feira (14), quarta-feira (16) e sexta-feira (18), das 15h às 16h.
Nos encontros, destinados a jovens músicos, estudantes e interessados de maneira geral, Daniel fala com o violão em mãos sobre os processos criativos e de produção do novo álbum, além de reflexões sobre a carreira musical.
Serviço:
Lançamento do CD ‘Sombranágua’
Concerto virtual: sábado, 19/12, às 19h
Workshops: segunda-feira (14), quarta-feira (16) e sexta-feira (18), das 15h às 16h
Links: YouTube ( http://www.youtube.com/hugguitar ) e Facebook ( https://www.facebook.com/daniel.murray.56808 )
Onde comprar o CD: plataformas digitais ( https://sl.onerpm.com/6018108483?_ga=2.68304849.1935834968.1607080366-906479401.1604339767 )
Site: http://www.danielmurray.com.br
Sobre Daniel Murray
Considerado um dos mais talentosos violonistas brasileiros de sua geração, Daniel Murray desenvolve ativa carreira como intérprete e compositor, apresentando-se no Brasil, América Latina e Europa desde 1998.
A conquista de seu primeiro prêmio, no “Concours International de Guitarre de Trédez- Locquémeau”, em Bretanha (França), aos 14 anos de idade, marca o início de sua carreira. A discografia é composta por 12 álbuns, cinco deles dedicados ao violão solo.
Em 2015, foi indicado ao “Prêmio Concerto” por sua atuação como solista. No ano seguinte, gravou na Dinamarca o álbum “Brazilian Landscapes” (OurRecordings/Naxus), ao lado de Michala Petri (flauta doce) e Marilyn Masur (percussão), com o qual conquistou a medalha de prata no Global Music Award. Também em 2016, sua composição “Canção e Dança” lhe rendeu o primeiro lugar no “Concurso Novas III”.
Em 2018, Daniel recebeu o prêmio de destaque no FMCB (Festival de Música Contemporânea Brasileira) por sua performance em homenagem a Egberto Gismonti. No ano seguinte, lançou o disco “Universo Musical de Egberto Gismonti”, produzido pelo próprio Egberto no contexto da parceria entre seu selo “Carmo” e a gravadora alemã ECM.