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Escritor francano diz que faltam incentivos para a produção literária

Francano Luiz Cruz

Paulo Gimenez, Luiz Cruz, Vanessa Maranha e Sônia Machiavelli

 
O tema “Literatura Fora dos Grandes Centros: Produção, Publicação e Visibilidade” foi debatido por quatro escritores de Franca no Salão de Ideias que aconteceu na tarde de sábado, 20, no lotado auditório do Centro Cultural Palace. O evento faz parte das atividades da 15ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Estavam presentes Luiz Cruz de Oliveira, escritor de crônicas, contos, romances, teatro, ensaios, livros didáticos e biografias; Paulo Gimenes, graduado em comunicação e marketing, poeta, escritor e compositor; Sonia Machiavelli, professora, jornalista e escritora; e Vanessa Maranha, escritora ganhadora de prêmios e psicóloga. Só em 2014, Vanessa ganhou três prêmios com seu mais recente romance, “Contagem Regressiva”.

Os escritores ressaltaram as dificuldades para a produção de livros no interior e o destino do livro impresso. “Franca é com certeza uma das cidades do interior do Estado que mais produz livros. Só na primeira década deste século foram publicados mais de 230 títulos de ficção na cidade”, informou Luiz Cruz. Para ele, esta produção é muito importante. “Temos que plantar, plantar, e plantar. Um dia, a colheita será feita. Nossos autores produzem e a grande maioria arca com o custo para a publicação. Faltam incentivos para a produção literária”, alertou Luiz.

Segundo Paulo Gimenez, o prazer de escrever música, poemas e contos que retratam o interior proporciona alento às pessoas que viveram nas fazendas e também àqueles que têm um pé na terra e outro no asfalto. “Precisamos incentivar os jovens a manter o contato com essa cultura. A internet está aos poucos destruindo as regionalidades. É necessário que nossa juventude conheça e preserve nossas histórias. Em 2014, cerca de 70% dos brasileiros não leram nenhum livro. Pensando pelo lado positivo, temos um mercado grande para alcançar. Precisamos correr atrás de lei de incentivo e abrir esse mercado”, afirmou Paulo.

Para Vanessa Maranha, o livro impresso vai viver por muito tempo. “As dificuldades de produção não estão restritas apenas aos escritores do interior. Mas também aos grandes centros”, disse Vanessa, comentando que às vezes seus livros são mais lidos fora de sua cidade. Segundo ela, isso revela uma desvalorização do autor local ou regional. Em relação à plataforma de livro impresso, Vanessa disse acreditar que certamente ela viverá ainda por muitos anos. “O livro não acaba a bateria. Podemos levar para cama e ler até a nossa bateria acabar”, afirmou.

Discordando da opinião de Vanessa, Sônia disse acreditar que os e-books e outras mídias digitais acabarão com a produção literária impressa. “Penso que o livro impresso irá sobreviver em alguns nichos, como produção infantil, por exemplo. Mas para a literatura é fato que vai acabar”, disse Sônia. Ela ressalta que é necessário fazer um trabalho de motivação e aproximação do aluno com o livro. “O livro imposto não agrada. O aluno precisa ter a oportunidade de escolher”, finalizou a autora, agradecendo a Fundação Feira do Livro pela oportunidade de fomentação cultural. “A Feira do Livro estimula a leitura e a literatura”.

 

Foto: Divulgação
Fonte: Imprensa/Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto