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Reformas e defesa da livre iniciativa são discutidas em posse da Facesp

Ministro, governador, prefeito e mais de 1,7 mil empresários e autoridades federais, estaduais e municipais participaram da solenidade, na capital paulista


João Carlos Cheade, da Acif/Franca, cumprimenta o presidente da Facesp, Alfredo Cotait Neto

A posse da nova diretoria da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), para além de sua função solene, mostrou-se um ato político em defesa da livre iniciativa. Com as presenças do ministro da Economia, Paulo Guedes, do governador de São Paulo, João Doria, e do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, temas como Reforma da Previdência e a convocação de atos pró-governo, para este domingo, foram abordados. Em seus discursos, o presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil, George Pinheiro, e o presidente empossado da Facesp, Alfredo Cotait Neto, foram aplaudidos pelo público que lotou o Clube Atlético Monte Líbano.

“Precisamos apoiar e aprovar a nova Previdência Social”, afirmou Pinheiro. “Quero cumprimentar o presidente Cotait para que, juntos, possamos mostrar ao governo do Brasil que nós não precisamos ir às ruas para fazer isso (apoiar a Reforma). Fazemos isso dentro dos nossos negócios e fazendo com que os deputados e nossos representantes saibam que vamos cobra-los nessa nova forma de fazer política”.

Diante de 1,7 mil empresários e autoridades federais, estaduais e municipais, Alfredo Cotait reafirmou a força política da classe empreendedora e reforçou o apoio da Federação às reformas propostas pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL).

“Seremos a voz do empreendedorismo, com o apoio das 420 Associações Comerciais espalhadas por todo Estado e que representam uma força política sempre mobilizada na defesa da livre iniciativa e do desenvolvimento nacional”, afirmou. “O Brasil tem pressa. Os milhões de desempregados, os desalentados, os jovens que buscam o primeiro emprego têm pressa. É preciso reduzir a incerteza que paralisa a economia. As reformas são necessárias, mas também urgentes. A Reforma da Previdência precisa ser profunda, com os parâmetros da proposta enviada pelo Governo ao Congresso, pois além de seu impacto positivo sobre as contas públicas e na redução das desigualdades, representa importante sinalização do empenho em busca do equilíbrio fiscal, devolvendo a credibilidade necessária para que os investimentos externos, hoje em compasso de espera, retornem ao Brasil.”

Além do presidente da Facesp e sua diretoria, também foram empossados, na ocasião, os 20 vice-presidentes da Federação, representando as regiões administrativas paulistas. O empresário João Carlos Cheade, da ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca), assumiu o seu quarto mandato à frente da RA-19, região administrativa da Facesp que compreende Franca e outras 15 cidades do entorno.

“Ao reunir ministro, governador, prefeito dentre outras forças políticas e empresários de todo o Estado de São Paulo, a Facesp e suas filiadas elevaram a classe empreendedora ao protagonismo que buscamos na defesa do desenvolvimento econômico do Brasil. Acredito que iniciamos uma fase de integração para avançarmos contra os desafios que teremos na retomada do crescimento do país”, afirmou Cheade.

Líderes políticos

Paulo Guedes
Dono do maior discurso, que chegou aos 40 minutos, Paulo Guedes reafirmou a importância da aprovação da Reforma da Previdência. Disse que, apesar de posicionamentos públicos de deputados da oposição contra a reforma, há um apoio interno para que ela ocorra. “Acredito que, em 60 ou 90 dias, conseguiremos a aprovação”, disse.

Guedes defendeu, ainda, o livre mercado e criticou o desequilíbrio fiscal vivenciado no país.  “Todo dia tem um barulho, um desentendimento, mas não se deixem levar por esses sinais. O sinal que realmente importa é que o Brasil teve 30 anos de desenvolvimento baseado em empresas estatais. Quando fizemos a transição para o regime politicamente aberto, que foi a redemocratização, era natural que fossem carimbados gastos com saúde e educação. Mas definiu-se também que a liberdade econômica e o direito de cada cidadão empreender é a regra. E não a exceção. O cidadão tem que ser capaz de fazer tudo desde que não infrinja a lei. E no Brasil, está o contrário: tudo é proibido a não ser que o governo permita. O Brasil inverteu tudo”, criticou.

Governador João Doria durante discurso

João Doria
O governador de São Paulo, após cumprimentos, fez críticas ao movimento pró governo que deve ocorrer neste domingo. “Em relação às manifestações deste domingo: totalmente desnecessárias. O Brasil já elegeu, votou e fez seu processo democrático. Não tem que voltar às ruas neste momento, sobretudo para ‘ratificar’: ratificar o quê? Que bobagem. O Brasil, mais do que nunca, precisa de paz, harmonia e entendimento entre o povo e os poderes Legislativo, judiciário e Executivo”, afirmou. “Vamos concentrar energias para apoiar a Reforma da Previdência. Podem usar as redes sociais, o rádio, a TV para se manifestar. É nisso que temos que focar. Para isso sim, vale a mobilização.”
Doria aproveitou a oportunidade para dizer que o Governo de São Paulo está em sintonia com o ministro Paulo Guedes e seguindo na mesma direção de defesa das mesmas posições liberais de mercado. “Estamos mais juntos do que nunca”.

Bruno Covas
O prefeito de São Paulo desejou sucesso à nova diretoria e ressaltou o trabalho que a Facesp tem desenvolvido e sua disposição às parcerias com o Poder Público Municipal. “Só tenho a agradecer. Ainda como vice-prefeito de São Paulo e secretário das subprefeituras, fui buscar toda a sociedade civil organizada da cidade para que pudessem colaborar com as subprefeituras. Os 32 subprefeitos e eu fomos recebidos na Federação para um almoço para que pudéssemos estreitar as relações entre as subprefeituras e as 15 distritais da Associação Comercial de São Paulo”, contou. “Assim tem sido desde então e eu estou aqui para agradecer e dizer que queremos estreitar, ainda mais, essa relação entre a Prefeitura de São Paulo e a Federação. O que nos une é o desenvolvimento econômico. Não tenho nada contra ‘bolsa isso’ ou ‘bolsa aquilo’, pois são importantes para as pessoas que estão em situação de dificuldade, mas o que dá dignidade e reduz desigualdade social é o emprego, e o desenvolvimento econômico está no DNA das associações comerciais”, disse.

Bruno Covas, João Doria, Alfredo Cotait, Alencar Burti e Paulo Guedes seguram ata de posse

Fotos: Wilker Maia/Acif