- Mapeamento e criação de app com as rotas turísticas e hospedagem entra para a lista como a mais votada. – (Foto: Delzio Marques)
A 5ª edição do Fórum Internacional das Cidades Criativas (FICC), ocorrida nos dias 1º, 2 e 3 de dezembro na cidade de Franca, se encerrou com a entrega de um relatório final que reúne as 40 ações prioritárias captadas durante o evento, que contou com a participação de mais de 450 pessoas, dentre especialistas internacionais, nacionais e locais, bem como da comunidade interessada. A iniciativa foi uma realização do Nepec (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Economia Criativa), ACIF (Associação do Comércio e Indústria de Franca), Uni-FACEF (Centro Universitário Municipal de Franca) e Sebrae-SP.
Durante os três dias, os participantes tiveram acesso a palestras, painéis e oficinas que proporcionaram a discussão da cidade no centro da Economia Criativa. Em salas nomeadas pelos eixos Revelar, Engajar, Continuar e Regenerar, temas como turismo, cultura, café, gastronomia, educação criativa, tecnologia, calçado, sustentabilidade, dentre outros, foram abordados. Todas as ideias e propostas produzidas durante os encontros passaram por triagem e votação, sendo que as 40 mais bem pontuadas (10 de cada eixo de discussão) compuseram o documento final do evento.
Pelo Revelar, a proposta com mais número de votos foi o mapeamento das rotas turísticas e o posterior desenvolvimento de aplicativo pelas universidades com o resultado deste trabalho, a fim de que o turismo seja estimulado pela divulgação de rotas e pousadas locais. Pelo Engajar, recebeu mais votos a de se implantar a Lei 10639 que dispõe sobre a obrigatoriedade de se promover nas escolas de ensinos Fundamental e Médio o estudo da História e cultura africana e afro-brasileira.
Já os eixos Continuar e Regenerar, respectivamente, propuseram como principal ação a disseminação da importância da convergência de instituições e melhor comunicação das iniciativas já existentes em Franca, e, por fim, a criação de um núcleo de ensino para estimular as empresas a aproveitarem suas matérias primas, por meio de isenção do Imposto de Renda ou destinação de recursos para o desenvolvimento da economia local.
“Este é um evento muito oportuno para a cidade”, disse Eveline de Souza, professora, advogada, artesã e poetisa que participou das oficinas do FICC. “Me sinto orgulhosa de, junto a lideranças comunitárias, promotores de Justiça, secretária de educação, comunicadores e demais agentes da comunidade, discutir soluções para nossa cidade”, afirmou.
Carlos Eduardo da Silva, presidente do Comdecon (Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Franca), também participou do FICC e reafirmou sua importância. “É uma iniciativa importante para a cultura e empreendedorismo da cidade. Acredito que a discussão sobre a economia criativa demorou a chegar em Franca, pois é algo para ontem! Precisamos fazer essa economia chegar nas pontas da cidade. Temos muitos produtores que estão fazendo e ainda não são vistos. O setor privado também precisa chegar mais perto destas pessoas”, afirmou.
Válido ressaltar que a Economia Criativa é um conceito que engloba áreas sensíveis a economia, como a cultura, a tecnologia dentre outras que tenham a produção de serviços e produtos ligados a um conteúdo criativo e de valor cultural, como, por exemplo, a produção audiovisual, desenvolvimento de aplicativos e jogos, moda e etc.
Encerramento do 5º FICC
A 5ª edição do FICC foi encerrada na tarde do dia 3 de dezembro, com a participação do idealizador e curador do Fórum, Décio Coutinho, e dos representantes das entidades realizadoras: Tânia Mara Pinto de Sousa, coordenadora do Nepec, Tarciso Bôtto, presidente da ACIF, Alfredo José Machado Neto, reitor do Uni-Facef, e Vinícius Nóbrega, gerente regional do Sebrae-SP.
Após a participação online de apoiadores do evento e palestra de Coutinho a respeito de um olhar diferente sobre as cidades criativas através de um novo modelo mental, foi anunciado que Franca sediará a 19ª RuralTur, em 2023, com apoio do Sebrae-SP. A mesma é considerada a maior feira de turismo rural do Brasil, ocorre de forma itinerante em destinos com potencial de promoção de mercado neste segmento e envolve empresas de turismo, artesanato, economia criativa e agronegócios.
O ato final foi a apresentação do documento com as ações prioritárias do FICC. “Esse documento não será apenas um documento a ocupar um espaço em algum lugar, mas um plano de ação”, disse Tânia Mara. “Agora, é fazer: começar pelo mais simples e seguir para o complexo”, disse Vinícius. “Quero, mais uma vez, agradecer as parcerias e a possibilidade de nossa instituição de ensino acolher esse fórum aqui em Franca. Então, agora, é partir para a ação”, afirmou Alfredo. “Franca tem muito a ganhar, vamos ao trabalho”, concluiu Tarciso.
O evento contou com o patrocínio do Magalu, Sicoob Credimogiana, Faculdade de Direito de Franca, ACT – Ciência e Tecnologia Inovação, Mazza – System & Outsourcing Software, Colégio Copérnico, Faculdade Metropolitana, Unimed Franca, CHB e Café Labareda. Também apoiaram a ação a Prefeitura de Franca, Unesp, Unifran, Senac, Sesi, Senai, Ciesp, Sindicouro, Comdecon, Grupo Mulheres do Brasil, Comam, Jeia de Franca, Escola Judicial. Também fizeram parte da rede de parceiros a Academia Francana de Letras, Delzio Marques Fotografia, Impera (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca), Incubadora Estufa, Obioká, Olinto Café, PGP Consultoria, Telúrica Consultoria, Tower Franca Hotel, HomeA e Ella (Escola Livre de Línguas e Artes), Arte Brasil, Viva Estampa, Campos SOS Resgate, CDI Esportes e Express Barcode.