- Luiza Camila da Silva, docente de Biomedicina do Centro Universitário Facens, recomenda limpeza diária. – (Foto/Ilustrativa: Freepik)
Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, hidratar-se virou regra e é difícil encontrar alguém que não esteja com uma garrafa de água no trabalho, na academia ou em passeios ao ar livre. A praticidade de ter água fresca sempre à mão é inegável, mas é preciso estar atento aos cuidados com a higiene desses recipientes, que podem se tornar um ambiente propício para a proliferação de microrganismos invisíveis a olho nu.
De acordo com a professora Luiza Camila da Silva, especialista em microbiologia e docente de Biomedicina do Centro Universitário Facens, a higienização adequada desses recipientes é essencial. “São diversos os microrganismos que podem se proliferar em garrafas mal higienizadas, incluindo bactérias, fungos, algas e até protozoários”, explica. “Esses microrganismos são provenientes da boca, mãos, da fonte da água e do meio externo”, diz.
Apesar da variedade de microrganismos e de casos recentes que viralizaram com histórias de pessoas que quase morreram por não higienizar sua garrafa de água, a professora tranquiliza a população. “Os riscos à saúde, de modo geral, são baixos e dependem do estado de saúde da pessoa e do tipo de microrganismo presente. Os maiores riscos, na verdade, são os maus hábitos. Casos de ‘quase morte’ são bastante sensacionalistas. Os microrganismos mais comuns são fungos que podem causar alergias e inflamações em pessoas mais sensíveis e coliformes fecais que podem causar intoxicação alimentar”, explica.
A docente destaca que qualquer tipo de garrafa, seja de plástico, metal ou vidro, pode ser segura se bem higienizada. “O importante é evitar garrafas com canudos e bocais fixos ou partes difíceis de limpar, pois os microrganismos se alojam nos cantinhos e reentrâncias”, aconselha. A melhor forma de higienizar as garrafas, segundo a especialista, é com água e sabão, esfregando com uma buchinha macia ou escova adequada. “Não arrisque usar produtos químicos e lembre-se que só chacoalhar a água dentro da garrafa não é suficiente. Além disso, a higienização deve ser feita pelo menos uma vez por dia; após a lavagem a garrafa deve ser seca completamente, com o bocal para baixo, para evitar a formação de um ambiente úmido propício para microrganismos”, comenta.
Sobre a reutilização de garrafas descartáveis, Luiza afirma que é seguro, desde que a garrafa também seja higienizada corretamente. A contaminação geralmente é imperceptível a olho nu. “Não espere ver sujeira para higienizar. Se perceber qualquer sedimento, gosma, coloração ou cheiro diferente, já passou do limite”, adverte.