Representantes do país vizinho apresentaram proposta que inclue incentivos fiscais, mão-de-obra jovem, energia elétrica barata e abundante, carga tributária mais leve e proximidade ao mercado europeu
Atendendo à solicitação do governo paraguaio, a diretoria do Sindifranca recebeu na manhã de ontem, quinta-feira, 1 de dezembro, a visita de Carlos Paredes Astigarraga – diretor de investimentos do Ministério Indústria e Comércio do Paraguai, para apresentação do Polo de Calçados de Paraguari. Acompanhado de Nádia Melgarejo, representante do consulado paraguaio, e do empresário e consultor Ricardo Lima, mostrou casos de sucesso de empreendedores brasileiros no país vizinho. De acordo com Astigarraga, quase 200 indústrias brasileiras já se instalaram no Paraguai.
O objetivo dos empresários era conhecer a política industrial paraguaia e o que eles ofereceriam para a instalação das fábricas brasileiras naquele país. Em uma hora e meia de reunião, os visitantes mostraram vasto material com estatísticas, mapas e previsões de investimentos e esclareceram dúvidas.
“Há um acordo entre nossos países que possibilita a internacionalização de empresas brasileiras através de nossa plataforma de negócios. Nossa mão-de-obra é abundante e jovem, temos energia elétrica à vontade e a 1/5 do custo que vocês têm hoje no Brasil, e cobramos menos impostos e de maneira muito simplificada”, disse Astigarraga.
Para o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto, a reunião cumpriu sua missão de receber as propostas. O segundo passo será a análise e comparação dos dados à realidade do mercado brasileiro. “Ficamos impressionados com a agressividade da política industrial paraguaia. As vantagens apresentadas mostram a diferença gritante da situação que temos no Brasil, com a ausência da política industrial, o que lamentamos profundamente”, disse Brigagão.
De acordo com ele, as informações serão passadas a autoridades municipais, estaduais e federais. “Defendemos o setor calçadista. Sempre lutamos por melhores condições para que as indústrias permaneçam no Brasil e no Estado de São Paulo, mas está cada vez mais complicado. Vemos uma dificuldade enorme do governo em realizar as reformas necessárias no Brasil para que possamos ser competitivos”, disse Brigagão.
O representante paraguaio aproveitou para convidar os empresários calçadistas francanos a conhecer pessoalmente o país. “Temos todas as informações e exemplos necessários para ajuda-los a tomar uma decisão. Temos uma economia estável, uma legislação trabalhista simples e um povo que quer trabalhar. Oferecemos uma oportunidade para que a indústria brasileira sobreviva ao mesmo tempo em que geramos emprego em nosso país”, disse ele.
Brigagão acredita que com essas vantagens algumas empresas devem apostar no país vizinho. “Quando aparece uma boa oportunidade de negócio, alguns podem se sentir tentados, mas não acredito em uma debandada. Porém, o Paraguai pode ser uma alternativa ao parque industrial nordestino, já que também oferece incentivos fiscais e sem o ‘Custo Brasil’”, lembrou o presidente do sindicato.
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