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Insônia na pandemia? Entenda os motivos e saiba como enfrentar esse problema

Especialista do Hospital Santa Paula explica por que houve o aumento das queixas de insônia desde a chegada do novo coronavírus e dá dicas de como dormir melhor

Nos últimos meses, desde a chegada da pandemia de Covid-19 no Brasil, a insônia tem se tornado um assunto frequente nas rodas virtuais de conversas. Todos os dias, amigos e familiares trocam relatos de noites mal dormidas e compartilham suas dificuldades para realizar as tarefas de rotina por conta do sono acumulado. Dentro do cenário atual, diversos motivos explicam essa dificuldade para manter um sono de qualidade, mas é possível minimizar o problema com a mudança ou reforço de alguns hábitos.

Juliana Amm Diniz, neurologista do Hospital Santa Paula e especialista em medicina do sono, explica que a insônia é definida como a dificuldade em iniciar ou manter o sono, ou o despertar precoce, antes do horário necessário, sempre associada a prejuízos diurnos. Quando isso acontece por menos de quatros semanas, é classificada como insônia aguda. Já quando se repete além desse período, passa a ser considerada crônica.

A especialista afirma que, na maioria das vezes, a insônia é causada por maus hábitos. Com o início das medidas de isolamento, o cotidiano da maioria das pessoas passou por grandes mudanças e muitos até mesmo deixaram de ter uma rotina fixa, permitindo que a permanência dentro de casa alterasse radicalmente seus rituais diários. Além disso, houve um crescimento vertiginoso das preocupações com a própria saúde e a das pessoas próximas, medo do futuro e angústia em relação a questões financeiras. O resultado dessa receita é sentido à noite, quando o sono não vem.

“O sono de qualidade é muito importante, pois exerce função reparadora e de fortalecimento do sistema imunológico, auxilia a prevenir doenças cerebrovasculares como o AVC, doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio e a hipertensão arterial, e também evita complicações do ponto de vista metabólico, como a obesidade e o diabetes”, diz a neurologista. “Além disso, a pessoa que dorme mal pode ter déficit de atenção e de memória recente, dores de cabeça, cansaço e indisposição, instabilidade emocional e baixa produtividade, que prejudicam a vida social e profissional.”

Entretanto, mesmo com as mudanças ocasionadas pela quarentena, Juliana Amm garante que é possível recuperar o prazer de dormir bem. O primeiro passo é criar um “ritual do sono”, que começa em evitar as notícias que aumentam o estresse no período da noite, preferindo o horário da manhã para se manter informado sobre a pandemia ou a situação econômica. “Precisamos sinalizar ao corpo que é a hora de dormir. Para isso, é indicado evitar o excesso de atividades, retirar a luminosidade (celular, computador, tablet), fazer algo mais relaxante como uma leitura (sempre fora da cama), orar ou rezar, ouvir uma música tranquila, meditar. Tudo para acalmar a mente que, por conta do excesso de preocupações, está mais acelerada.”

Estabelecer uma rotina com horário certo para dormir e acordar também ajuda a evitar a insônia. “O ideal é ir pra cama quando sentir sono – não antes – e se levantar no mesmo horário de sempre. Mesmo que você acorde cansado um dia, a sua noite seguinte será de um sono de mais qualidade”, diz Juliana Amm.

O ambiente também interfere no descanso e um local ideal para dormir tem pouca ou nenhuma luminosidade, é silencioso, confortável e tem temperatura adequada. “Pela manhã, ao acordar, deixe a claridade do dia invadir o espaço. A luz é um elemento fundamental no auxílio do funcionamento adequado do ciclo sono circadiano”, explica a neurologista.

Por fim, deve-se evitar tanto o jejum quanto uma refeição muito farta à noite, e não ingerir cafeína e álcool de quatro a seis horas antes de deitar.

A especialista destaca ainda que não existe uma regra em relação ao tempo que cada um deve dormir. Um sono reparador é aquele do qual a pessoa acorda bem disposta para as suas atividades do dia a dia e o número de horas necessárias para esse descanso completo pode ser diferente para cada pessoa.

Sobre o Hospital Santa Paula

O Hospital Santa Paula é um centro de excelência em saúde localizado na zona sul de São Paulo. Pertence à Rede Ímpar, que congrega 7 hospitais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal e que se uniu à DASA, líder em medicina diagnóstica no Brasil, com mais de 30 marcas de laboratórios no País e GSC Integradora de Saúde.

Inaugurado em 1958, tem como foco a alta complexidade, atuando em mais de 30 especialidades médicas, com destaque para Oncologia, Cardiologia, Neurologia e Ortopedia.

Com uma área de 18 mil metros quadrados, dividida em três edifícios, possui 200 leitos, sendo 50 deles destinados especificamente à Terapia Intensiva. Além disso, dispõe de Centro Cirúrgico com nove 9 salas de cirurgia e dez leitos de recuperação anestésica. Anualmente, realiza 9 mil procedimentos cirúrgicos, 14 mil internações e atende aproximadamente 100 mil pacientes no Pronto Atendimento. Conta com mais de 1,2 mil colaboradores diretos e indiretos e possui em seu corpo clínico 2,4 mil médicos cadastrados.

Em 2012 conquistou a certificação Joint Commission International (JCI) e em 2014 conquistou certificação JCI para tratamento de AVC. Em 2018, obteve o Selo Pleno do Hospital Amigo do Idoso, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Naquele mesmo ano, recebeu a Certificação Internacional da Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS) estágio 7 (grau máximo), uma das associações internacionais de maior prestígio mundial no setor de saúde. A instituição foi a primeira de São Paulo a conquistar o nível máximo da EMRAM – Electronic Medical Record Adoption Model -, se consolidando como hospital totalmente digital (paperless).

Foto/Ilustrativa/Reprodução: Pneumosono